terça-feira, 29 de junho de 2010

SÃO PEDRO E SÃO PAULO SÃO FUNDAMENTOS DA IGREJA

Hoje a Igreja Católica celebra a Santidade de vida de São Pedro e São Paulo apóstolos. Estes santos são considerados "os cabeças dos apóstolos" por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.

PEDRO

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo.

Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18).

PAULO

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.

Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos gentios".

"SÃO PEDRO E SÃO PAULO SÃO FUNDAMENTOS DA IGREJA"

Bento XVI explicou hoje o significado da solenidade dos Santos Pedro e Paulo, que apresentou como “fundamentos da Igreja”.


SÃO PEDRO E SÃO PAULO, ROGAI POR NÓS!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A VIDA DE NOSSOS POVOS HOJE


Em continuidade com as Conferências Gerais anteriores do Episcopado Latino-americano, este documento faz uso do método “ver, julgar e agir”. Este método implica em contemplar a Deus com os olhos da fé através de sua Palavra revelada e o contato vivificador dos Sacramentos, a fim de que, na vida cotidiana, vejamos a realidade que nos circunda à luz de sua providência e a julguemos segundo Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, e atuemos a partir da Igreja, Corpo Místico de Cristo e Sacramento universal de salvação, na propagação do Reino de Deus, que se semeia nesta terra e que frutifica plenamente no Céu. Muitas vozes, vindas de todo o Continente ofereceram contribuições e sugestões nesse sentido, afirmando que este método tem colaborado para que vivamos mais intensamente nossa vocação e missão na Igreja: tem enriquecido nosso trabalho teológico e pastoral e, em geral, tem-nos motivado a assumir nossas responsabilidades diante das situações concretas de nosso continente. Este método nos permite articular, de modo sistemático, a perspectiva cristã de ver a realidade; a assunção de critérios que provêm da fé e da razão para seu discernimento e valorização, com sentido crítico; e, em conseqüência, a projeção do agir como discípulos missionários de Jesus Cristo. A adesão crente, alegre e confiada no Deus Pai, Filho e Espírito Santo e a inserção eclesial, são pressupostos indispensáveis que garantem a eficácia deste método18.

DOCUMENTO DE APARECIDA - INTRODUÇÃO

Por V CELAM
Introdução
1. Com a luz do Senhor ressuscitado e com a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe. Fizemos isso como pastores que querem seguir estimulando a ação evangelizadora da Igreja, chamada a fazer de todos os seus membros discípulos e missionários de Cristo, Caminho, Verdade e Vida para que nossos povos tenham vida n’Ele. Fazemos isso em comunhão com todas as Igrejas locais presentes na América. Maria, Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem-nos acolhido, tem cuidado de nós e de nossos trabalhos, amparando-nos, como a João Diego e a nossos povos, na dobra de seu manto, sob sua maternal proteção. Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e pedagoga da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5).
2. Com alegria estivemos reunidos com o Sucessor de Pedro, Cabeça do Colégio Episcopal. Sua Santidade Bento XVI confirmou-nos no primado da fé em Deus, de sua verdade e amor, para o bem das pessoas e dos povos. Agradecemos a todos os seus ensinamentos, que foram iluminação e guia seguro para nossos trabalhos, especialmente, seu Discurso inaugural. A lembrança agradecida dos últimos Papas, e em especial por seu rico Magistério que têm estado também presente em nossos trabalhos, merece especial memória e gratidão.
3. Sentimo-nos acompanhados pela oração de nosso povo católico, representado visivelmente pela companhia do Pastor e dos fiéis da Igreja de Deus em Aparecida e pela multidão de peregrinos de todo Brasil e de outros países da América ao Santuário, que nos edificaram e evangelizaram. Na comunhão dos santos, tivemos presente todos aqueles que nos antecederam como discípulos e missionários na vinha do Senhor e especialmente a nossos santos latino-americanos, entre eles Santo Toríbio de Mogrovejo, patrono do Episcopado latino-americano.
4. O Evangelho chegou a nossas terras em meio a um dramático e desigual encontro de povos e culturas. As “sementes do Verbo”1 presentes nas culturas autóctones, facilitaram a nossos irmãos indígenas encontrarem no Evangelho respostas vitais às suas aspirações mais profundas: “Cristo era o Salvador que esperavam silenciosamente”2. A visitação de Nossa Senhora de Guadalupe foi acontecimento decisivo para o anúncio e reconhecimento de seu Filho, pedagogia e sinal de inculturação da fé, manifestação e renovado ímpeto missionário de propagação do Evangelho3.
5. Desde a primeira evangelização até os tempos recentes a Igreja tem experimentado luzes e sombras4. Ela escreveu páginas de nossa história com grande sabedoria e santidade. Sofreu também tempos difíceis, tanto por perseguições como pelas debilidades, compromissos mundanos e incoerências, em outras palavras, pelo pecado de seus filhos, que confundiram a novidade do Evangelho, a luminosidade da verdade e a prática da justiça e da caridade. No entanto, o mais decisivo na Igreja é sempre a ação santa de seu Senhor.
6. Por isso, diante de tudo damos graças a Deus e o louvamos por tudo o que nos tem sido dado. Acolhemos a toda a realidade do Continente como um dom: a beleza e fecundidade de suas terras, a riqueza de humanidade que se expressa nas pessoas, famílias, povos e culturas do Continente. Sobretudo, nos tem sido dado Jesus Cristo, a plenitude da revelação de Deus, um tesouro incalculável, a “pérola preciosa” (cf. Mt 13,45-46). Verbo de Deus feito carne, Caminho, Verdade e Vida dos homens e das mulheres aos quais abre um destino de plena justiça e felicidade. Ele é o único Libertador e Salvador que, com sua morte e ressurreição, rompeu as cadeias opressivas do pecado e da morte, revelando o amor misericordioso do Pai e a vocação, dignidade e destino da pessoa humana.
7. As maiores riquezas de nossos povos são a fé no Deus de amor e a tradição católica na vida e na cultura. Manifesta-se na fé madura de muitos batizados e na piedade popular que expressa “o amor a Cristo sofredor, o Deus da compaixão, do perdão e da reconciliação (...), o amor ao Senhor presente na Eucaristia (...), - o Deus próximo dos pobres e dos que sofrem, - a profunda devoção à Santíssima Virgem de Guadalupe, de Aparecida ou dos diversos nomes nacionais e locais”5. Expressa-se também na caridade que em todas as partes anima gestos, obras e caminhos de solidariedade para com os mais necessitados e desamparados. Está presente também na consciência da dignidade da pessoa, na sabedoria diante da vida, na paixão pela justiça, na esperança contra toda esperança e na alegria de viver que move o coração de nosso povo, ainda que em condições muito difíceis. As raízes católicas permanecem na arte, linguagem, tradições e estilo de vida do povo, ao mesmo tempo dramático e festivo e no enfrentamento da realidade. Por isso, o Santo padre nos responsabilizou ainda mais, como Igreja, da “grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus”6.
8. O dom da tradição católica é um cimento fundamental de identidade, originalidade e unidade da América latina e do caribe: uma realidade histórico-cultural, marcada pelo Evangelho de Cristo, realidade na qual abunda o pecado – abandono de Deus, comportamentos viciosos, de opressão, violência, ingratidões e misérias – porém, onde superabunda a graça da vitória pascal. Nossa Igreja goza, não obstante as debilidades e misérias humanas, de um alto índice de confiança e de credibilidade por parte do povo. A Igreja é morada de povos irmãos e casa dos pobres.
9. A V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho é um novo passo no caminho da Igreja, especialmente desde o Concílio Ecumênico Vaticano II. Ela dá continuidade e, ao mesmo tempo, recapitula o caminho de fidelidade, renovação e evangelização da Igreja latino-americanas a serviço de seus povos, que se expressou oportunamente nas Conferências Gerais anteriores do Episcopado (Rio, 1955; Medellín, 1968; Puebla, 1979; Santo Domingo, 1992). Em todas elas reconhecemos a ação do Espírito. Também nos lembramos da Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para América (1997).
10. Esta V Conferência se propõe “à grande tarefa de conservar e alimentar a fé do povo de Deus e recordar também aos fiéis deste continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo”7. Com desafios e exigências, abre-se passagem para um novo período da história, caracterizado pela desordem generalizada que se propaga por novas turbulências sociais e políticas, pela difusão de uma cultura distante e hostil à tradição cristã e pela emergência de variadas ofertas religiosas que tratam de responder, a sua maneira, à sede de Deus que nossos povos manifestam.
11. A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se àqueles que trazem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende de grandes programas e estruturas, mas de  homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja se reconhecer com a luz e a força do Espírito.
12. Uma fé católica reduzida a conhecimento, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados, não resistiria aos embates do tempo. Nossa maior ameaça “é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja na qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”8. A todos nos toca “recomeçar a partir de Cristo”9, reconhecendo que “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”10.
13. Na América Latina e no Caribe, quando muitos de nossos povos se preparam para celebrar o bi-centenário de sua independência, encontramo-nos diante do desafio de revitalizar nosso modo de ser católico e nossas opções pessoais pelo Senhor, para que a fé cristã se estabeleça mais profundamente no coração das pessoas e dos povos latino-americanos como acontecimento fundante e encontro vivificante com Cristo, manifestado como novidade de vida e de missão de todas as dimensões da existência pessoal e social. Isto requer, a partir de nossa identidade católica, uma evangelização muito mais missionária, em diálogo com todos os cristãos e a serviço de todos os homens. Do contrário, “o rico tesouro do Continente Americano... seu patrimônio mais valioso: a fé no Deus de amor...”11 corre os risco de seguir desgastando-se e diluindo-se de maneira crescente em diversos setores da população. Hoje se considera escolher entre caminhos que conduzem à vida ou caminhos que conduzem à morte (cf. Dt 30.15). Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus através daqueles que nos precederam na fé. São caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura contra o ser humano e contra o bem dos povos latino-americanos. Os caminhos de vida verdadeira e plena para todos, caminhos de vida eterna, são aqueles abertos pela fé que conduzem à “plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida divina, também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural”12. Essa é a vida que Deus nos participa por seu amor gratuito, porque “é o amor que dá a vida”13. Estes caminhos frutificam nos dons de verdade e de amor que nos foram dados em Cristo, na comunhão dos discípulos e missionários do Senhor, para que América Latina e Caribe sejam efetivamente um continente no qual a fé, a esperança e o amor renovem a vida das pessoas e transformem as culturas dos povos.
14. O Senhor nos disse: “não tenham medo” (Mt 28,5). Como às mulheres na manhã da Ressurreição nos é repetido: “Por que buscam entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5). Os sinais da vitória de Cristo ressuscitado nos estimulam enquanto suplicamos a graça da conversão e mantemos viva a esperança que não defrauda. O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas todo o amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo. Esta prioridade fundamental é a que tem presidido todos os nossos trabalhos que oferecemos a Deus, à nossa Igreja, a nosso povo, a cada um dos latino-americanos, enquanto elevamos ao Espírito Santo nossa súplica para que redescubramos a beleza e a alegria de ser cristãos. Aqui está o desafio fundamental que contrapomos: mostrar a capacidade da Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço – seu serviço! – que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações14.
15. Nesta hora em que renovamos a esperança, queremos fazer nossas as palavras de SS. Bento XVI no início de seu Pontificado, fazendo eco a seu predecessor, o Servo de Deus, João Paulo II, e proclamá-las para toda a América Latina: Não temam! Abram,  abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar a não perde nada, nada – absolutamente nada – do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se as portas da vida. Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida15.
16. “Esta V Conferência Geral celebra-se em continuidade com as outras quatro que a precederam no Rio de Janeiro, Medellín, Puebla e Santo Domingo. Com o mesmo espírito que as animou, os pastores querem dar agora um novo impulso à evangelização, a fim de que estes povos sigam crescendo e amadurecendo em sua fé, para serem luz do mundo e testemunhas de Jesus Cristo com sua própria vida”16. Como pastores da Igreja estamos conscientes de que “depois da IV Conferência Geral, em Santo Domingo, muitas coisas mudaram na sociedade. A Igreja, que participa dos gozos e esperanças, das tristezas e alegrias de seus filhos, quer caminhar ao seu lado neste período de tantos desafios, para infundir-lhes sempre esperança e consolo”17.
17. Nossa alegria, portanto, baseia-se no amor do Pai, na participação no mistério pascal de Jesus cristo que, pelo Espírito Santo, faz-nos passar da morte para a vida, da tristeza para a alegria, do absurdo para o sentido profundo da existência, do desalento para a esperança que não engana. Esta alegria não é um sentimento artificialmente provocado nem um estado de ânimo passageiro. O amor do Pai nos foi revelado em Cristo que nos convida a entrar em seu reino. Ele nos ensinou a orar dizendo “Abba, Pai” (Rm 8,15; cf. Mt 6,9).
18. Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe e cada um de seus habitantes.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

SÃO JOÃO BATISTA

São João Batista, daquele que anunciou a chegada do Messias.

Foi considerado Santo antes mesmo de nascer. É chamado de “Batista” por ter batizado as pessoas com água e ter pregado a conversão e penitência.

São João Batista, primo de Jesus foi também seu precursor, ou seja, o último dos profetas que vieram antes do Cristo.

Filho de Zacarias e Isabel, já em idades avançadas, teve seu nascimento também anunciado por um anjo ao seu pai que estava servindo no Templo.

Ainda no ventre de sua Mãe, recebeu a visita de Nossa Senhora, que viera auxiliar nas tarefas, afinal Isabel, sua parenta, já tinha idade avançada. Nossa Senhora permaneceu com eles, provavelmente, auxiliando nas atividades da casa.

Foi por ocasião desta visita que nós católicos temos hoje, na Ava Maria, a frase “Bendida sois vós entre as Mulheres e Bendito é o Fruto do Vosso Ventre.”, frase dita por Isabel ao receber Maria.

João não possuía riquezas, vivia no deserto, se alimentando de mel e gafanhotos. Trajava-se de peles e pregava a conversão em preparação à vinda do Cristo. Pregava a conversão e o arrependimento pelos pecados, mesmo pelas autoridades. Note-se que não se tratava de pecados sociais, mas falava ao rei por ter tomado a esposa de seu irmão. Foi este o motivo de sua morte.

Deste santo homem, Jesus mesmo afirmou que dos nascidos de mulher não existe nenhum maior que ele.

Durante suas pregações, recebeu mais uma vez a visita de Jesus, que também viera para ser batizando por ele. Sabendo que seu batismo era feito em sinal de arrependimento e conversão, recusava-se a batizar Jesus, visto que sendo Deus não possuía pecado a ser perdoado.

Ao ver o Senhor, afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

Após o Batismo viu o céu se abrir e descer sobre o Cristo o Espírito Santo em forma de pombo, e escutou a voz do Senhor dizer: "Este é meu Filho amado".

Suas pregações provocaram sua prisão e posteriormente seu morte.

ORAÇÃO A SÃO JOÃO BATISTA

São João Batista, fostes a voz que clamou no deserto: "Endireitai os caminhos do Senhor... fazei penitência, porque no meio de vós está quem não conheceis e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias", ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas para que eu me torne digno do perdão daquele que vós anunciastes com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo".
São João Batista, rogai por nós.

Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
São João 1:19-23)

São João, pregador da penitência, rogai por nós.
São João, precursor do Messias, rogai por nós.
São João, alegria do povo, rogai por nós.

" Ai de mim se eu não Evangelizar !"
( 1 Cor. 9,16 )

segunda-feira, 21 de junho de 2010

FREI IVO THEISS, OFM (Homenagem)

* 04.08.1940                           †13.06.2010

Faleceu na madrugada de 13 de junho, no Hospital Santa Isabel, de Blumenau, Frei Ivo Theiss, pertencente à Fraternidade Santo Estêvão, de Ituporanga. Frei Ivo, desde março deste ano, vinha lutando contra o câncer. Seu corpo foi velado na capela do Colégio Bom Jesus Santo Antônio, em Blumenau, e sepultado às 16h no jazigo dos frades.

“Graças a Deus tudo correu muito bem com uma participação de amigos e parentes. Dom José, bispo de Blumenau, presidiu a Missa de corpo presente, concelebrada pelos padres da catedral, de Belchior e pelos confrades de Ituporanga, Blumenau, Rodeio e Gaspar. Veio um ônibus de Ituporanga com os aspirantes e paroquianos. Havia um clima sereno de muita oração e gratidão por tudo o que Frei Ivo partilhou em seu ministério. A missa teve início às 16h e, logo após, fez-se a encomendação na capela, e nos dirigimos para o cemitério. Num clima de oração, Frei João Lopes fez a bênção do sepulcro e todo o povo acompanhou com cantos franciscanos o fechamento do túmulo. Foi muito bonita e calorosa a última homenagem ao nosso confrade que soube fazer destes últimos tempos de doença um verdadeiro retiro e preparação para a sua passagem. Bendito seja Deus por tudo”.
(Frei Samuel Ferreira de Lima)
FREI IVO THEISS
• Nascido aos 04.08.1940 (69 anos), em Belchior Alto, Gaspar,.SC
• 19.12.1960 – Admissão ao Noviciado Franciscano, em Rodeio, SC (49 anos de Vida Religiosa Franciscana)
• 20.12.1961 – Primeira Profissão dos votos temporários
• 1962 a 1963 – Estudos de Filosofia, em Curitiba, PR
• 1964 a1967 – Estudos de Teologia, em Petrópolis, RJ
• 02.02.1965 – Profissão Solene dos votos perpétuos na Ordem.
• 15.12.1965 – Ordenação Diaconal
• 21.12.1966 - Ordenação Presbiteral (43 anos de ministério sacerdotal)

Atividades na Evangelização e Pastoral

• 1968 – 28/01: Agudos / Seminário Professor.
• 1970 – 01/11: Agudos Vigário Paroquial.
• 1974 – 28/01: Blumenau Vigário Cooperador.
• 1975- 08/01: Porto União Vigário Cooperador.
• 1975 – 03/03: Porto União Vigário do Convento.
• 1976 – 15/03: Porto União Guardião e Pároco (Renunciou em 08/12/1978).
• 1978 – 05/12: Joaçaba À disposição da Pastoral Diocesana (Dom Frei Henrique Müller).
• 1980 – 29/01: Luzerna / Joaçaba À disposição da Pastoral Diocesana (Dom Frei Henrique Müller).
• 1983 – 26/11: Petrópolis Curso do Cefepal.
•1984 – 10/12: São Sebastião Vigário Cooperador.
1986 – 21/01: Cabo Frio Superior e Pároco.
• 1990 – 10/02: São Lourenço Guardião e Pároco.
• 1992 – 18/01: Guaratinguetá / Pedregulho Guardião e Pároco.
•1994 – 25/08: São Paulo / Vila Dionísia Vigário Paroquial.
• 1995 – 10/01 Rio Negro / Aparecida Pároco e Vigário da Casa.
• 1998 – 10/12 Angelina Vigário Paroquial.
• 2000 – 22/11 Colônia Santana Capelão e Reitor do Curato.
• 2004 – 28/01 Alemanha / Xanten Vigário da Casa e Atendente Conventual.
• 2005 – 28/09 Rio de Janeiro / Santo Antônio Atendente Conventual.
• 2006 – 20/12 Rio de Janeiro / Santo Antônio Guardião e Atendente Conventual.
• 2007 – 22/06 Rio de Janeiro / Santo Antônio Membro da Comissão para acompanhamento do Restauro do Convento Santo Antônio.
• 2009 – 17/12 Ituporanga / Paróquia Vigário Paroquial.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CARTAS DO Pe. BERALDO

Carta MCC Junho 2010 (130ª.)


“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne entregue pela vida do mundo… Quem consome a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia… Quem consome a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele…” (Jo 6,51.54.56).

Primeiramente quero convidar meus leitores e leitoras para comigo agradecer a Deus por haver chegado a esta centésima trigésima Carta mensal, apesar de todas as limitações pessoais. São quase onze anos de comunicação ininterrupta com milhares de irmãos e irmãs, tanto do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil (a carta foi a eles inicialmente destinada e assim continua) como de outros leitores, não só do Brasil como de outros países que a solicitam. João Paulo II chamou esse meio de comunicação pela Internet de um “novo areópago”, isto é a nova praça pública de Atenas onde o Apóstolo Paulo anunciava o “querigma”, isto é, a Boa Notícia de Jesus, morto e ressuscitado para salvação de todos ou, ainda, de um novo púlpito de onde, de maneira nova e com métodos novos, se faz ouvir a Palavra eterna do Pai. Graças, portanto, sejam dadas ao Pai, criador do homem que, com a inteligência que lhe foi dada, desenvolve esses meios admiravelmente facilitadores do relacionamento e da comunicação entre as pessoas; ao Filho, participante da aventura humana e, ao mesmo tempo, divino comunicador da mensagem do Pai, e ao Espírito Santo que lembra e ensina toda a Verdade transmitida pelo Filho, iluminando e fortalecendo os apóstolos missionários da mesma Palavra!

Para esta Carta proponho alguns pontos de reflexão sobre a grande celebração neste mês de junho, que é a festa de Corpus Christi, inspirando-nos na riqueza do nosso Documento de Aparecida (DAp) que, providencialmente, resgata o sentido, o valor, a necessidade e a urgência da Eucaristia na vida do discípulo missionário. Exceto o primeiro a título de esclarecimento e sem muitos comentários, pois os textos falam por si mesmos, apresento-lhes alguns de seus momentos sumamente importantes para a nossa vivência sacramental.

1. “Corpus Christi” ou, o Corpo de Cristo – Corpus Christi” é uma expressão da língua latina que traduzimos literalmente como o “Corpo de Cristo”. Para a nossa cultura tão distante de Deus e, sobretudo, distante da presença d’Ele no mundo, “Corpus Christi”, é substituído por mais um feriadão como tantos outros, quando se celebra alguma festa religiosa católica, por exemplo, Semana Santa ou Natal, etc.. Mas, para os católicos mais conscientes, a celebração do “Corpo de Cristo” é uma solenização externa da instituição, por Jesus, da Eucaristia, na Quinta-feira da Semana Santa, portanto durante o Tríduo Sagrado, quando não foi possível celebrá-la com o devido destaque. Então a Igreja, visando a celebrar mais solenemente o Corpo e o Sangue de Cristo, instituiu esta festa para a primeira quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.

2. A Eucaristia na vida dos discípulos missionários. O DAp assim se expressa: “Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e participar do partir do pão e nas orações” (At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, faz-nos membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja que a celebra é “casa e escola de comunhão” onde os discípulos compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão evangelizadora” (DAp158)..

3. A Eucaristia, lugar de encontro com Cristo. Além disso, o DAp nos mostra que na Eucaristia o discípulo encontra Jesus sempre vivo e presente na intimidade de sua vida: “A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo. Com este Sacramento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo. Há um estreito vínculo entre as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o mistério de Jesus Cristo, de tal modo, que a existência cristã adquira verdadeiramente uma forma eucarística. Em cada Eucaristia, os cristãos celebram e assumem o mistério pascal, participando n’Ele. Portanto, os fiéis devem viver sua fé na centralidade do mistério pascal de Cristo através da Eucaristia, de maneira que toda sua vida seja cada vez mais vida eucarística. A Eucaristia, fonte inesgotável da vocação cristã é, ao mesmo tempo, fonte inextinguível do impulso missionário. Ali, o Espírito Santo fortalece a identidade do discípulo e desperta nele a decidida vontade de anunciar com audácia aos demais o que tem escutado e vivido (DAp 251).

4. “A Eucaristia na vida da Comunidade Eclesial”. Às vésperas de sua morte na cruz, querendo deixar a garantia de sua permanência entre nós – como, aliás, tantas vezes durante sua vida havia prometido aos discípulos – Jesus se deixa ficar conosco, com sua Igreja, entregando-nos o seu Corpo e o seu Sangue. Corpo e Sangue de Cristo com os quais podemos nos alimentar todos os dias, se assim o quisermos, sobretudo na participação ativa da Santa Missa. Entretanto, a Eucaristia não é somente um alimento de cada católico, individualmente, mas é um alimento para a vida de toda a comunidade eclesial. Nenhuma explicação melhor e mais oportuna para confirmar esta afirmação do que a que foi dada pelos Bispos da América Latina no Documento de Aparecida: “Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e participar do partir do pão e nas orações” (At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, faz-nos membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja que a celebra é “casa e escola de comunhão” onde os discípulos compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão evangelizadora” (DAp 158).

5. A Eucaristia na missão dos discípulos missionários a serviço da vida plena (DAp 354). A meu ver, este parágrafo do DAP, sobretudo na citação final, é de uma oportunidade e e de uma urgência sem paralelo para nós, os cristãos da América Latina: “Em sua palavra e em todos os sacramentos Jesus nos oferece um alimento para o caminho. A Eucaristia é o centro vital do universo, capaz de saciar a fome de vida e de felicidade: “Aquele que come de mim, viverá” (Jo 6,57). Nesse banquete feliz participamos da vida eterna e, assim, nossa existência cotidiana se converte em uma Missa prolongada. Mas todos os dons de Deus requerem uma disposição adequada para que possam produzir frutos de mudança. Especialmente, nos exigem um espírito comunitário, que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos mais pobres: “No mais humilde encontramos o próprio Jesus”. Por isso, São João Crisóstomo exortava: “Querem em verdade honrar o corpo de Cristo? Não consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda enquanto fora o deixam passar frio e nudez” (DAp 354).

Desejando a todos, leitores e leitoras, uma intensa e profunda vivência eucarística no cotidiano de suas vidas, deixo-lhes meu carinhoso abraço fraterno.

Pe. José Gilberto Beraldo

Assessor Eclesiástico Nacional

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Copa do Mundo

Na Babilônia antiga a chegada do ano novo era celebrada com a dramatização ritual do mito da fundação do mundo em que Marduk, o deus da renovação e da ordem cósmica, vencia Tiamat, o dragão infernal, personificação do caos primordial. Narra o mito que, depois de encarniçada luta, Marduk dividiu em duas partes Thiamat e, com as duas metades fez o céu e a terra, para, em seguida, fazer o ser humano com o sangue do demônio Kingú misturado com terra. Mircea Eliade, grande historiador e filósofo da religião, assim interpreta o mito: “a luta entre os dois grupos de figurantes repetia a passagem do ‘caos’ ao ‘cosmos’, atualizava a cosmogonia. O acontecimento mítico se fazia de novo presente”. O presidente, oficiante, exclamava: “que ele possa continuar a vencer Tiamat e abreviar seus dias!” Continua Mircea Eliade: “O combate, a vitória e a criação tinham lugar naquele mesmo instante, hic et nunc”. A vibração do povo era intensa.

Foi nesse contexto que o povo de Israel, no exílio, aprofundou a fé na criação do céu e da terra tal como aparece no primeiro capítulo do Gênesis. Não há luta, apenas a palavra de Deus: “Deus disse” e tudo se fez. No homem nenhuma mistura de bem e mal, mas só bem: “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. A desordem - o caos - entrou no mundo pela liberdade do ser humano seduzido por outra criatura que, antes dele, já introduzira na criação o vazio do mal.

A vitória sobre o mal se dá no coração da história pelo triunfo do amor sobre o ódio e o egoísmo - sobre o pecado - que introduzem permanentemente no mundo a desordem, a morte. Nós, cristãos, professamos nossa fé em Jesus Cristo, o Filho enviado pelo Pai, que, pela sua páscoa, venceu definitivamente o pecado e a morte. Em nossa liturgia celebramos essa vitória e nos apropriamos dela, aqui e agora, até que ela se complete para a história como um todo. Enquanto não chega esse tempo, estamos todos, cristãos e não-cristãos, empenhados em dramática luta contra o mal na esperança da libertação definitiva. São Paulo, ao descrever a situação da criação de Deus escravizada pelo pecado e esperançosa de libertação, afirma: “Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto, e não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nosso íntimo, esperando a adoção filial, a redenção de nosso corpo”(Rom 8, 19-23). A copa do mundo está começando. O Brasil inteiro estará assentado diante dos aparelhos de TV. A vitória é intensamente desejada. Os jogadores – se o Brasil ganhar -, serão transformados em heróis nacionais, deuses do futebol. Por um momento o tempo dará lugar à eternidade. Os vitoriosos, jogadores e torcedores, serão banhados por sua luz, terão suas almas lavadas, estarão em estado de graça.

O prêmio será a taça levantada para a contemplação dos olhos ávidos de felicidade e de glória. Os vencidos, de olhos baixos, se entregarão ao choro. Como é ruim, frustrante, a derrota! É assim que a disputa esportiva revive, na força da dramatização ritual-simbólica, o drama profundo da existência humana. Há uma batalha de fundo em que todos estamos metidos e que não admite derrota. Esta seria a destruição e a morte definitiva. Marx havia pensado que a religião era tão somente a expressão simbólica de aspirações não realizadas na vida real, a solução fantástica de problemas reais, a compensação transcendente para frustrações históricas. Nós pensamos que a dimensão religiosa é a mais profunda dimensão da existência humana. O mal deve ser vencido desde as raízes mais profundas do ser humano. Sozinhos, não venceremos; precisamos de redenção, da graça de Deus e temos que lutar articulados, em equipe, por um projeto maior, sem estrelismos, sabendo que a vitória é possível e está ao nosso alcance. É preciso, entretanto, ter garra, dar a vida, o sangue, durante todo o tempo da partida. Assim nos ensina Jesus: “quem quiser salvar sua vida – sua pele - perdê-la-á e quem perder sua vida por causa de mim, salvá-la-á” (Lc 9,24).

Não podemos repetir na vida os erros que os derrotados cometem nas disputas esportivas. Ninguém recebe a coroa - a taça - antecipadamente e ninguém vence sozinho. A vitória é obra coletiva, garantida por Deus para aqueles que lutam, com garra e inteligência, até o fim. Oxalá eu possa, quando soar o apito final, repetir com São Paulo: “combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor sua Aparição”( II Tm 4,7s.).

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

Assembleia Legislativa do RJ homenageia Arquidiocese de Niterói


Na tarde desta sexta-feira, 11, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) homenageou a arquidiocese de Niterói (RJ), que comemorou, em maio, seu jubileu de ouro. Durante a sessão solene extraordinária, os parlamentares entregaram ao arcebispo, dom Alano Maria Pena, OP, o título de Cidadão Benemérito do estado do Rio. E, ao bispo auxiliar, dom Roberto Francisco Ferrería Paz, o título de Cidadão do estado do Rio de Janeiro.


A cerimônia aconteceu no plenário Barbosa Lima Sobrinho, na Alerj.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Tríduo para o Jubileu de Ouro do MCC do Brasil

O projeto consiste em um triduo preparatório utilizando o método VER, JULGAR, AGIR. A proposta é seguir as orientações do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil - Doc.87 da CNBB.

Será analisado as experiências pessoais de fé , vivência comunitária, formação bíblica- teológica e compromisso missionário.

Em 2009 foi realizado o VER, para uma avaliação do caminhar do MCC no Brasil, conhecer o verdadeiro rosto, anseios, dificuldades, pontos negativos e positivos, acertos e erros do movimento. Fazer um exame de
consciência no meio pessoal e comunitário: Como anda a nossa formação?

Nossa Escola? Estamos atingindo o objetivo principal? Estamos nos proporcionando um aprendizado reflexivo e atraente? Estamos assumindo verdadeiramente um compromisso missionário? Para este VER foi realizado uma pesquisa , tomando-se por base uma amostragem nacional,tornando-se fundamental.

De posse destes dados, 2010 será dedicado ao JULGAR, onde confrontaremos os dados de nossa realidade, com os modelos que deveriamos ter como verdadeiros: As nossas práticas cotidianas seguem os modelos de Maria e do Apóstolo Paulo? Na prática estamos vivendo o carisma e a espiritualidade do MCC? Nossa formação completa a dinâmica da vida moderna proporciona um conhecimento dos documentos da Igreja, do MCC e da sociedade?

Em 2011, passaremos ao AGIR, onde criaremos um Plano de Evangelização participativo, para ampliar a eficácia do MCC nas pequenas comunidades ambientais. Assim fortalecer o movimento como instrumento de evangelização.

Após este período, teremos o Ano Jubilar do MCC, com a realização do I Congresso do MCC do Brasil para AVALIAR E CELEBRAR todo o processo de preparação.

(Resumo e atualização do texto publicado na Revista Alavanca, dezembro de 2008/ janeiro e fevereiro de 2009.)






terça-feira, 8 de junho de 2010

Oração dos 50 Anos do MCC

Oração...

Senhor Jesus Cristo, nosso Redentor, Irmão e Amigo, ao Celebrarmos os 50 anos da presença dos Cursilhos de Cristandade em Portugal, nós Vos agradecemos o grande dom deste Movimento, expressão maravilhosa do Vosso amor sem limites pelos homens e mulheres do nosso tempo.

A realização do 1º Cursilho em Fátima, Casa de Maria, Mãe de Cristo e Mãe dos Homens, veio mostrar que este dom nos chegou pelo seu Coração materno.

Desde então, milhares de homens e de mulheres, tiveram um encontro pessoal convosco, encontro feliz do perdão e da vida em graça, experiência inesquecível da realidade da Igreja e do Mistério da Eucaristia.

Muitas vidas se regeneraram, muitas famílias reencontraram a paz e a harmonia.

Muitos ambientes se transformaram.

Agradecidos por tantos dons, firmes na esperança, nós Vos pedimos, Senhor, nesta hora jubilar, a graça de sermos sempre fiéis à nossa vocação cristã, corajosas testemunhas do Vosso amor, apóstolos do Evangelho, construtores duma sociedade mais justa e fraterna.

Tudo isto Vos pedimos, Senhor Jesus, a Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

D.Maurílio, Arcebispo de Évora/ Portugal 

domingo, 6 de junho de 2010

MISTÉRIO DE AMOR - CORPUS CHRISTI

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Vivendo, ainda, o clima de grande emoção com que celebramos o Jubileu de Ouro de nossa Arquidiocese, iniciamos este mês de Junho genuflexos diante do grande Mistério de Amor que é a Santíssima EUCARISTIA.

A Solenidade Litúrgica de “Corpus Christi” nos convida a uma corajosa e autêntica abertura do coração, da nossa vida toda, para acolher Aquele que desejou permanecer conosco, como alimento de vida e de santidade, unicamente por AMOR!

No discurso inaugural da Conferência de Aparecida, o Santo Padre Bento XVI assim se expressou: “Só da eucaristia brotará a civilização do amor que transformará a América Latina e o Caribe para que, além de ser o Continente de esperança, seja também o Continente do Amor!

A celebração da Eucaristia, seja no contexto solene de uma grande Basílica, seja dentro do quadro despojado e simples de uma capela rural, será sempre um momento forte de amor, uma experiência profunda e marcante da Pessoa Divina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Isto exatamente porque a Eucaristia torna sacramentalmente presente o Sacrifício da Cruz, o maior ato de AMOR jamais existente, e que nos assegura nosso resgate das malhas do pecado e da morte.

Tão imenso AMOR requer de cada um de nós uma resposta igualmente carregada de amor, que nos empenhe na vivência iluminada do discipulado missionário. A tanto nos incentivam os dois grandes Apóstolos, Pedro e Paulo, que, a partir de sua decisiva experiência da Pessoa de Jesus Cristo, como que “eucaristizando” todo o seu ser e o seu agir, foram acendendo a Luz da Verdade, Jesus Cristo, no coração e na vida de milhares de pessoas, até selarem com o próprio sangue, no solo de Roma, seu testemunho d’Aquele que é o próprio AMOR que se dá a nós. Outro não pode ser o objetivo central da ação evangelizadora da Igreja, senão o de levar cada batizado a realizar este encontro decisivo e profundo com o Senhor Jesus. E o espaço privilegiado para isto é justamente a celebração da Eucaristia, na qual reside a maior alegria para toda a Comunidade de batizados.

É do âmago deste Mistério de Fé e de Amor, que jorra para nós a força espiritual transformadora do nosso ser, levando-nos à busca de uma sempre maior santidade de vida. A Igreja que o Senhor fundou, sobre o alicerce dos Apóstolos, ungidos em Pentecostes, não é feita de anjos, mas de homens e mulheres santos e pecadores, que são convidados pelo Senhor a se deixar libertar sempre mais dos pecados para serem também mais santos e fiéis. Deixemos o Espírito Santo curar a nossa surdez, para que possamos escutar cada dia mais forte a palavra do Senhor a S. Pedro: “Simão, tu me amas mais do que estes?” e as palavras que Ele dirigiu a S. Paulo: “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a minha força se manifesta”. Como estes dois Apóstolos, também nós temos que dizer ao Senhor: Senhor, Tú sabes que eu te amo! Para mim, viver é Cristo! É a resposta que Ele espera ouvir um de nós, para nos transformar em suas testemunhas no meio deste Mundo tão paganizado e tão materialista.

Nossa grande esperança, dentro do clima do Jubileu, é que o PLANO DE PASTORAL da Arquidiocese, transformado em ação evangelizadora, dinamize ainda mais esta experiência da Pessoa do Senhor Jesus na vida de cada um de nós, católicos, expandindo sempre mais as fronteiras do Reino em nosso meio, para glória e o louvor do Senhor Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida!

+ D. Fr. Alano Maria Pena OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

sexta-feira, 4 de junho de 2010

NAMORO SANTO

Por que Namoro Santo?

Porque o próprio Jesus falou: “Sede santos como meu Pai que está nos céus é Santo”. Isto inclui todos nós e todos nossos atos.

Não é uma meta que se deva desprezar por ser bastante alta, mas perseguir mesmo que nunca a alcancemos em toda sua plenitude.

Há namoro que não é santo? Nem é preciso falar que hoje a maioria dos namoros estão longe de serem santos.

Mas para que serve o namoro, um namoro santo? Um namoro santo é o primeiro passo para um matrimônio santo. É nele que os namorados se preparam para viver um matrimônio santo.

Pensar em matrimônio entre eles, já? Não necessariamente. Pode ser que um namoro não termine em matrimônio, mas é sempre uma preparação para o seu matrimônio.

Se você começa um namoro e sinceramente não consegue imaginar, nem que seja de forma muito superficial aquela pessoa como sua esposa, seu esposo, nem comece, você já está no caminho errado.

Outro dia alguém perguntou que mal havia em “estar” com alguém descompromissadamente, sem pensar num futuro dos dois. E a resposta é a seguinte: amor é uma opção por fazer alguém feliz, é doação, é querer o bem do outro e somente do outro. Este “estar” com alguém soa quase como aproveitar de alguém por um tempo para satisfazer minhas necessidades, minhas carências, mas, sem o mínimo compromisso com essa pessoa.

É algo parecido com o “ficar” só que mais longo, um pouco. Não há compromisso com a pessoa do outro. Eu não me envolvo como deveria, o outro também não se envolve. Satisfazemos nossas necessidades afetivas, sexuais, temos alguém para nos divertir e só isso.

Exatamente, só isso. E por isso não é amor. Não é construção de nada. Não há renúncia de nada em favor do outro, não pode ser, desde o princípio, algo para sempre.

Na celebração do matrimônio o casal promete um para o outro: receber o outro, ser fiel ao outro, amar e respeitar o outro, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da vida.

É bem exigente essa promessa. E como chegar a fazer esta promessa sem se preparar? Como cumprir esta promessa sem saber o que se está fazendo?

Eu te recebo…

No meu prédio, se alguém vem me visitar, a portaria me liga, antes de deixar o visitante entrar, para ver se eu conheço a pessoa, só então liberam a entrada para que a pessoa chegue e eu possa recebê-la em casa.

A promessa do matrimônio começa com: “Eu te recebo….” , ou seja, pressupõe que eu conheça com quem estou casando.

E como conhecer se não for no namoro? É no namoro que vemos como esta pessoa reage em todas as situações da vida. Mesmo num namoro de adolescentes podemos aprender muito sobre o outro e ir imaginando como será no futuro. Os jovens com mais idade também devem prestar atenção ao seu namorado, sua namorada.

Alguns podem argumentar: “Comigo ele ou ela é uma pessoa maravilhosa”. E eu pergunto: e na escola, no trabalho, na família?

“No futebol o Carlinhos perde a cabeça toda vez, mas comigo é um doce. “Será que vai ser sempre assim? Ou na primeira contrariedade a agressividade vem para você?

“A Marcinha é ótima. Sempre que não está a fim de trabalhar consegue um atestado e falta. É muito espertinha.” Será que com você não será assim? Uma mentirinha aqui, uma mentirinha ali.

“O Marcelinho tirou carta sem fazer uma aula, ele pagou por fora e tirou a carta!” Será que essa desonestidade não se estenderá no seu relacionamento?

“Mas todo mundo faz!” Também nos relacionamentos todo mundo faz o outro sofrer, todo mundo trai, todo mundo começa pensando em se não der certo parto para outra, etc.

Minha mãe sempre dizia que um bom filho será um bom pai, uma boa filha será uma boa mãe. E tem sua razão. Partindo da idéia que ele poderá ser seu esposo, um dia, e ela poderá ser sua esposa, um dia, que modelo ele ou ela tem de família? Há um bom modelo de mãe a seguir? Há um bom modelo de pai a seguir? Ele ou ela aprenderam a lutar pelo relacionamento em casa? Ou relacionamento é uma loteria na sua vida? Joga-se uns números e o resto é sorte?

É claro que não somos responsáveis pelo relacionamento de nossos pais. E que se o deles não deu certo, não quer dizer que o seu também não dará. Mas este conhecimento sobre a família é um tópico importante para o conhecimento do outro.

É preciso conhecer o outro para poder recebê-lo no sentido da promessa do matrimônio. Não só a parte boa. Quando ele ou ela está com você, apaixonado, todo carinhoso, ou carinhosa. É preciso ver como reage quando não está com você ou em situações difíceis. Isto é conhecer. Não se pode pensar que conhecer é só um pouquinho da pessoa, conhecer é o todo da pessoa.

E como tem gente cega para isso.

“Ele era um pouco mulherengo quando solteiro, mas era tão bonzinho comigo e agora me traiu sem mais nem menos!”

“Ele bebia com os amigos, mas eu pensei que após casarmos isso mudaria!”

“Eu via como ele tratava a mãe quando ela o pressionava, mas comigo era diferente. Só que agora isso virou contra mim.”

E não tem nada que cega mais nossa avaliação de uma pessoa que o sexo. O sexo é algo maravilhoso e bom. Só que na hora certa, dentro do matrimônio. Porque de tão bom e forte que é o sexo, ele nos cega para vermos todas as dimensões do outro.

O namoro é o tempo de seleção. É preciso se conhecer bem e conhecer o outro, no seu comportamento, na sua fé, na sua visão de futuro, nas suas prioridades de vida, nos seus valores.
“Ser fiel…”

É tão comum ouvir que jovens namorados se traem mutuamente, “ficando” com outros sem o menor receio. Como estes jovens, um dia, prometerão ao outro serem fieis? Que garantia terão dessa promessa ser verdadeira se desde o princípio já não há fidelidade?

E como descobrir isso antes? Desde o namoro?

A fidelidade é uma coisa construída. Treinada. Às vezes com muito esforço para ser mantida, mas é possível. Mesmo que o mundo diga que não.

E fidelidade é compromisso com o outro. Se eu simplesmente “estou” com o outro, sem compromisso não é possível construir a fidelidade e quem sabe no futuro, ao sermos traídos nós pensemos que isso foi injusto. Talvez até seja uma injustiça. Mas foi trabalhada a fidelidade, em nós, desde o princípio dos nossos relacionamentos?

Com essa liberalidade sexual entre namorados se está treinando para a traição e não para a fidelidade. É sim, se você se sente atraído por ele ou por ela. E vão para um motel, toda vez que sentem este desejo, quem garante que quando você estiver grávida, no fim de uma gravidez, ou ele estiver com problemas no emprego e isso tirar seu interesse sexual por um tempo no casamento, não haverá uma atração por outra pessoa? E se houver outra pessoa, como você sempre se acostumou a satisfazer essa vontade, por que não trair com uma aventurazinha de nada? Ser fiel exige renúncia. Renúncia exige treino, respeito!

“Na alegria ou na tristeza…”

Não faz muito tempo percebi minha filha em casa todo o fim de semana e perguntei sobre o namorado, se ela não iria vê-lo e ouvi a seguinte resposta: “O fulano está um chato, pelos problemas na casa dele, e não quero vê-lo. Vou ficar em casa e ele sairá com os amigos.” Na mesma hora argumentei com ela, se ele seria então, um cara para se namorar, ou se ela estaria preparada para namorar alguém.

Na alegria e na tristeza. Esta frase significa que não vamos agradar o outro todos os dias de nossas vidas. Significa que haverá dias em que não gostaremos do outro. Mas isso não quer dizer que nestes dias o deixemos de amar. É preciso uma decisão em favor do outro.

Gostar, alegria, tristeza, são sentimentos e amor é mais que sentimentos. Esta frase na promessa do matrimônio é sábia e pena que poucos a compreendem em sua total dimensão.

Amor é uma decisão pelo outro. Decisão que deve existir mesmo quando não é gostoso estar com o outro. O gostar fala de mim. Fala de como eu me satisfaço nesta ou naquela situação. Amor tem que dizer respeito ao outro.
Amar com bons sentimentos é o ideal, mas nem sempre é possível o tempo todo.

“Na saúde ou na doença…”

Esta parte da promessa do matrimônio é bem parecida com a promessa de cima, mas ao invés de falar de sentimentos, fala do físico. Será que nossos corpos serão os mesmos durante toda a nossa vida? Será que se hoje eu baseio o meu relacionamento na qualidade física do outro, o relacionamento vai acabar se após uma gravidez a mulher tiver estrias na barriga? Se ele engordar e cultivar uma bela barriga?

Será que aos 50 anos ele a trocará por duas de 25? Será que após uma doença, um AVC, o amor acabará? Será que se eu não tiver o corpo de uma modelo, de um artista da Globo meu relacionamento subsiste?
“por todos os dias de minha vida”

Esta é a parte mais profunda da promessa do matrimônio. E como todos nós estamos contaminados com o conceito de descartável, em nossas vidas “modernas”, este é o ponto mais frágil dos matrimônios ou uniões atuais.

Desde o namoro a idéia de que é fácil trocar é muito mais presente que a vontade de lutar por um relacionamento. É preciso cultivar sonhos de amor e ir tentando realizá-los durante toda a vida. Casais que param de sonhar, perdem o sentido de estarem juntos. E é no namoro que esse “para sempre” começa. Sonhar juntos é preciso sempre. Desde o sonho de irem um dia a um show ou a um restaurante. De poderem um dia comprar um carro juntos, de terem os filhos e amá-los, de terem um lugar só deles para morar, de ver o crescimento dos filhos, sem nunca deixar de lembrar do amor que os une. De estarem preparados para ajudar um ao outro nas dificuldades, nas suas lutas do dia a dia.

Sonhar, mesmo que sonhos “impossíveis”, como a certeza que estarão juntos mesmo daqui a 50 anos. A união do casal depende desses sonhos que vão se realizando ao longo da vida. Mesmo que sejam sonhos profissionais de um que se tornam dos dois. De maternidade ou paternidade, mas que ambos sonham juntos.

Como vemos o namoro tem uma influência enorme para o sucesso ou fracasso dos matrimônios. E só há mais um detalhe que já mencionei de leve, mas que é a chave de tudo na vida, nos namoros e nos futuros matrimônios.

Não se fala de matrimônio em todo este texto por acaso. Matrimônio é um sacramento em que duas pessoas se unem com a benção de Deus. Aí está a chave do sucesso. Relacionamento a dois não dá certo. Desde o namoro, relacionamento tem que ser a três. Deus quer estar com vocês. Deus quer mostrar seu amor para nós para ser modelo de nosso amor. E com Ele no relacionamento, desde o namoro, a vida do casal tem muito mais chance de terem cumpridas todas as promessas feitas no dia de seu matrimônio.

Namorem, mas um namoro santo.

É POSSÍVEL VIVER A CASTIDADE NO NAMORO MESMO COM TODO O MUNDO DIZENDO O CONTRÁRIO E COM VALORES TOTALMENTE OPOSTOS DA VONTADE DE DEUS.

Lembre-se, você é amado por Deus e tem grande valor, e hoje Ele te convida a viver segundo a Sua vontade, sendo santo como Ele é.

terça-feira, 1 de junho de 2010

LIMITES DURANTE O NAMORO

Quais são os limites durante o namoro?

A atração que uma pessoa pode sentir por outra é uma experiência por vezes maravilhosa e embriagante. Descobrimos ao mesmo tempo a ternura, a emoção do coração e do corpo quando vemos o outro, no contato com o outro. Este prazer experimentado pela proximidade de alguém, dá o desejo de o viver ainda mais intensamente, de ir mais longe na relação.

Ora, dar-se as mãos, beijar-se, tocar-se já é bastante. Todos estes gestos de ternura, de amor nos comprometem um com o outro. Nenhum é inofensivo, quaisquer que sejam os sentimentos que se vivam. Eis porque é importante dar tempo para se perguntar se os gestos que fazemos têm o mesmo significado para cada um de nós dois. É por amor, por simples prazer, por necessidade de ternura? Estas atitudes não nos comprometem mais do que aquilo que pensamos? Se vivemos todos os gestos do amor e nos damos um ao outro, será que ainda podemos discernir verdadeiramente com clareza quais são os nossos sentimentos?

Para viver da melhor forma esta relação de ternura diferente da que é vivida no casamento, pois o dom total do corpo se fará num compromisso definitivo, estejamos atentos às reações e à sensibilidade do outro. É o momento de aprender o domínio de si mesmo. Podemos ser tentados, sobretudo se já nos conhecemos há muito tempo, a ter gestos mais íntimos: perguntemo-nos se o que nos guia é exprimir a nossa ternura, ou o desejo pelo outro.

Se estamos verdadeiramente atraídos um pelo outro, não será o momento de nos colocarmos a questão do casamento? Quantos casamentos que acabaram mal, não teriam sequer acontecido se o homem e a mulher tivessem tido tempo para se conhecerem um ao outro em toda a liberdade.

Numa sociedade em que os slongans publicitários repetem sem cessar as palavras "instantâneo. imediatamente", e em que queremos ter "tudo e já", vejam bem que é preciso tempo para edificar a relação interpessoal de marido e mulher e que o teste do amor é o compromisso duradouro.

Papa João Paulo II 15 de outubro de 1989


É POSSÍVEL VIVER A CASTIDADE NO NAMORO MESMO COM TODO O MUNDO DIZENDO O CONTRÁRIO E COM VALORES TOTALMENTE OPOSTOS DA VONTADE DE DEUS.

Lembre-se, você é amado por Deus e tem grande valor, e hoje Ele te convida a viver segundo a Sua vontade, sendo santo como Ele é.

CORPUS CHRISTI

Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.

É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago (na Igreja medieval, dignitário das sés que secundava o bispo nos ofícios junto com o chantre e o diácono, nota do "crica", base Aurélio) do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.

Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter ‘visões’, exigindo da Igreja uma festa anual para agradecer o sacramento da Eucaristia. Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, será o Papa Urbano IV (1261-1264), e tornará mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer.

A ‘Fête Dieu’ começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.
Corpus Christi é celebrado 60 dias ápos a páscoa.

A Eucaristia é também celebração do amor e união, da comum-união com Cristo e com os irmãos.

CELEBRAÇÃO :

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada antes de 1270.
O ofício divino, seus hinos, a seqüência ‘Lauda Sion Salvatorem’ são de Santo Tomás de Aquino (1223-1274), que estudou em Colônia com Santo Alberto Magno. Corpus Christi tomou seu caráter universal definitivo, 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar ‘o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia’ e ‘onde for possível, haja procissão pelas vias públicas’, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.
 
A Eucaristia é o centro da vida dos cristãos

SACRAMENTO :

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim”. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes.
Na véspera da Sexta-Feira Santa, a morte na cruz impede uma festa solene e digna de gratidão e doutrinação. Porque a Última Ceia está no Novo Testamento, os evangélicos lhe têm grande consideração, mas com interpretação diferente.

Para os Luteranos e Metodistas, a Eucaristia é sacramento, mas Cristo está presente no pão e no vinho, apenas durante a celebração, como permanência e não transubstanciação.

Outras igrejas cristãs celebram a Ceia como lembrança, memorial, rememoração, sinal, mas não reconhecem a presença real. Mas alguma coisa existe em comum que, através da Eucaristia, une algumas Igrejas cristãs na Eucaristia, ensina o Concílio Vaticano II, no decreto ‘Unitatis Redintegratio’.

A Eucaristia é também celebração do amor e união, da comum-união com Cristo e com os irmãos. A Eucaristia, que é a renovação do sacrifício de Cristo na cruz, significa também reunião em torno da mesa, da vida e da unidade para repartir o pão e o amor. A Eucaristia é o centro da vida dos cristãos: “Eu sou o Pão da Vida, que desceu do céu para a vida do mundo, através da vida de comum-união dos cristãos”.

Tua presença de comunhão,...
Eucaristia, grande sacramento, sinal da Igreja...

Eucaristia, "reconhecimento", "ação de graças" é uma celebração em memória da morte sacrificial e ressurreição de Jesus Cristo. Também é denominada "comunhão", "ceia do Senhor", "primeira comunhão", "santa ceia", "refeição noturna do Senhor".

O evangelista Lucas registrou esse mandamento da seguinte forma: "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança [ou Novo Pacto] no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20)

Presença de amor, Teu Corpo e Sangue que formam a Igreja enviada pra evangelização...

É a celebração nas Igrejas Cristãs no qual o cristão recebe o pão e o vinho, repetindo o que Cristo fez na sua Última Ceia, antes de ser entregue aos romanos por Judas Iscariotes, conforme a narração dos Evangelhos. Na ocasião, compartilhou com seus apóstolos pão e vinho, na época da celebração da Páscoa judaica (com pães ázimos), dizendo a eles "Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue (...) Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue (...) Fazei isto em memória de mim". (Mateus 26;26-29, Marcos 14:22-25, Lucas 22:19-20, I Coríntios 11:23-26)

Portanto, segundo os cristãos, o pão usado na celebração é o corpo sem pecado, que Cristo ofereceu na Cruz (em grego staúros) como resgate. O vinho é seu sangue derramado (ou seja, a sua vida perfeita), para remissão da humanidade condenada ao pecado herdado e morte.

A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo.

Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido.
Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santísisimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho.