Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia!
Vida, doçura e esperança nossa, salve!
Rainha Assunta ao Céu!
A décima das doze invocações de Maria como “Rainha” saúda a Mãe de Deus como “Rainha assunta ao céu”, em latim Regina in Coelum Assumpta. O final da ladainha acena para o mais recente dos dogmas marianos: a assunção de Maria.
Como em Cabo Frio/RJ, na cidade de Brusque, em Santa Catarina/SC, temos o Santuário de Azambuja, que celebra todos os anos com grande solenidade a festa da Assunção de Nossa Senhora.
O Papa Pio XII, em 1950, definiu como dogma de fé que, terminado o curso sua vida terrena, Maria foi “elevada” ou “assumida” de corpo e alma no céu. No mesmo ano esta invocação passou a fazer parte oficialmente da Ladainha.
Alguém poderia questionar o sentido destes quatro dogmas. De modo algum é uma forma simplória de elogiar Maria. Ela não foi escolhida por seus méritos, mas pela graça de Deus. Os dois primeiros dogmas, mais antigos e claramente bíblicos, indicam a natureza de Jesus Cristo e garante a verdade fundamental da salvação. Dizer que a “virgem” Maria concebeu do Espírito Santo, significa professar a fé na divindade de Jesus. Nele o “Verbo se fez carne” (Jo 1,14). O céu assumiu definitivamente a terra. Mas para que não reste dúvida da inseparabilidade da divindade e da humanidade de Jesus, dizemos que Maria é “Mãe de Deus”, ou seja, é mãe do Cristo todo, pois nele não existe um departamento humano e outro divino.
Os dogmas da “imaculada” e da “assunção”, são bem mais recentes. Eles se referem à origem e ao destino da humanidade. Maria é ícone do povo de Deus. Olhando para ela vemos nossa identidade como em um espelho. Ela foi imaculada. Esta é a nossa origem. No princípio era a santidade original. Somente depois veio o pecado original. Um dia, no céu, seremos santos e imaculados. Todos nós queremos ser assumidos no colo de Deus. Cada um terá a sua própria “assunção”.
Temos que superar aquela visão simplista de Maria sendo elevada por anjos para além das nuvens. Por uma questão de delicadeza teológica, a Igreja evita responder à pergunta se Maria morreu ou não. Na verdade, desde tempos muitos antigos os cristãos festejavam a festa da “Dormição de Maria”. Prefiro a tradução de “assunção” como aquela que foi “promovida”, ou “assumida”.
Alguém me perguntou se este dogma tem fundamento bíblico. O Magnificat é fundamento suficiente. “Exulta de alegria o meu espírito em Deus, meu Salvador … / Porque fez em mim maravilhas o Onipotente” (Lc. 1, 47.49). Assumir Maria no céu foi a última das grandes Mariavilhas que Deus fez na vida de Maria. Aquela que foi concebida sem pecado e viveu cheia de graça só poderia receber o “prêmio da coroa eterna”. Mas adiante o canto de Maria dirá que Deus “derruba do trono os poderosos e eleva os humildes” (cf. Lc 1,46s). Esta “elevação” é o sentido próprio da assunção.

Os dogmas não são apenas de Maria. Revelam a identidade de Cristo e a face de cada um de nós. Como disse Santo Ambrósio: “Esteja em cada um a alma de Maria a glorificar ao Senhor, esteja em cada um o espírito de Maria a exultar em Deus; se, pela carne, uma só é a mãe de Cristo, pela fé todas as almas geram a Cristo: cada uma, de fato, acolhe em si o Verbo de Deus” (Exp. ev. sec. Lucam, II, 26).
Maria é sinal de esperança, é estrela da manhã que precede o sol nascente, a luz do alto que veio nos visitar. Vamos assumir Deus e promover os irmãos e Deus nos assumirá e nos promoverá ao Reino do Céu.
Rainha assunta ao céu, rogai por nós!
“Hino À Nossa Senhora Da Assunção”
Virgem Senhora da Assunção
Refúgio dos pecadores
Do alto trono em que estás
Ouvi os nossos clamores!
Vós sois a nossa advogada
Neste vale que habitamos
Mandai-nos do céu as graças
Que humildes suplicamos
Rainha excelsa dos anjos
E dos homens escudo forte
Atendei-nos compassiva
Na fatal hora da morte.
Linda mensagem, fonte inesgotável de formação. Parabéns, não consigo ficar um dia sequer sem acessar o Blog do MCC Cabo Frio, tamanha a diversidade de temas e aprendizado. Deus abençoe a todos!!!
ResponderExcluirAmei este texto sobre a assunção de Maria. Esclarece, explica, mas também conscientiza o católico do dever de assumir nossos dogmas como verdades que nos diferenciam. Maria foi tudo isto; questionamento mas também obediência, resignação mas também luta, perseverança com ação, silêncio com gestos, sofrimento com determinação, súplica em oração, agradecimento e partilha, viver os ensinamentos do próprio Deus.
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