sábado, 25 de setembro de 2010

Um Cristão comprometido com Deus

Um cristão comprometido é aquele que assume com Deus um compromisso. Assim como Deus assumiu conosco vários compromissos, ele espera que nós assumamos e honremos nossos compromissos.

O que é um compromisso? Um compromisso é uma obrigação ou promessa entre duas pessoas. Uma aliança. Deus assumiu um grande compromisso conosco: a salvação.

Como o compromisso é uma aliança entre duas pessoas, Deus espera que nós nos comprometamos com ele e com sua causa. Nós só podemos nos comprometer com Deus através da igreja local. Uma vez assumido o compromisso, não posso mais desistir dele.

“Jesus, porém, lhe respondeu: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” - Lc 9.62.

Seja uma benção em sua igreja local. Ajude o seu pároco, a sua liderança. Parafraseando Martin Luther King, não pergunte o que sua igreja local pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por sua igreja local.
Nossos desafios são grandes, mas nosso Deus é maior. Há uma frase que diz: “não diga para Deus o tamanho do seu problema; diga para o problema o tamanho do seu Deus”. Assim, não existe empecilho que não possamos vencer com ajuda de Deus. Basta que você seja comprometido com ele. Basta que você se coloque à disposição. Basta que você assuma o seu compromisso.

O fato de sermos cristãos nos torna comprometidos com o reino de Deus, com Cristo e com sua Igreja. Sendo cristãos, somos chamados a viver como Cristos, seguindo os seus ensinamentos.


“Então, meu filho, fortalece-te na graça do Cristo Jesus. O que ouviste de mim na presença de numerosas testemunhas, transmite-o a pessoas de confiança, que sejam capazes de ensinar a outros. Como bom soldado do Cristo Jesus, assume a tua parte de sofrimento. Ninguém que esteja engajado no serviço das armas se embaraça nos negócios da vida civil, se deseja agradar a quem o alistou. Igualmente o atleta, na luta esportiva, só recebe a coroa, se lutar segundo as regras. O agricultor, que enfrenta o trabalho duro, deve ser o primeiro a participar dos frutos. Entende bem o que estou dizendo. Aliás, o Senhor te fará entender tudo isso”.



PAI-NOSSO do Cristão Comprometido

 
Não diga “Pai” se você não vive como filho(a).
Não diga “Nosso”, se você vive fechado, vítima do seu egoísmo.
Não diga “que estais nos céus”, se você pensa apenas nas coisas da terra.
Não diga “santificado seja o vosso nome”, se não dispõe a servir ao senhor com fé, gratidão e humildade.
Não diga “venha a nós o vosso Reino”, se você só pensa em acumular bens neste mundo.
Não diga “seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu”, se você não aceita quando exige sacrifício.
Não diga “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”, se você nunca pensa nos irmãos que passam fome, vivem sem emprego e sem teto.
Não diga “perdoai-nos as nossas ofensas”, se você guarda rancor do próximo.
Não diga “assim como perdoamos a quem tem nos tem ofendido”, se você não perdoa ninguém.
Não diga “não nos deixeis cair em tentação”, se você continua pecando.
Não diga “livrai-nos do mal”, se você não luta contra a injustiça e toda maldade.
Não diga “Amém”, se você não leva a sério as palavras do Pai-Nosso, oração que Jesus ensinou a rezar com sinceridade!


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"A Palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 10,21)

A Palavra de Deus entrelaça-se com a história do homem e guia o seu caminho!

"Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus" (Mateus 4,4).

A "Bíblia é o Livro dos livros. É a obra mais conhecida em todo o planeta. Também conta com o maior número de traduções dentre todas as obras existentes e está presente no maior número de nações. No entanto, nem sempre nos relacionamos com ela do jeito mais ideal. Estamos no início do mês de setembro, o conhecido e celebrado Mês da Bíblia. É mais uma oportunidade para examinarmos nossa vida e vermos qual é o valor que estamos dando a este livro tão especial e tão importante para todos os que seguem a Jesus, como Caminho, Verdade e Vida.

Bíblia, testamento de amor!

Este livro é um verdadeiro testamento. E o que é um testamento? É uma carta na qual se colocam as coisas mais íntimas, mais sinceras e mais profundas. É onde se fala com o coração e são relatados os "últimos" desejos de alguém. É onde o pai "divide" os bens entre os filhos e amigos. É o meio pelo qual nós fazemos pedidos e recomendações.

A Bíblia é o Testamento de Amor, a Carta de Amor que Deus Pai deixou para toda a humanidade. É nela que nós vamos encontrar os desejos e as intenções de Deus para conosco. É nela que podemos encontrar as recomendações e os tesouros que Deus tem para nos oferecer. Se nós não abrirmos a ela e não lermos esta "Carta de Amor", não ficaremos sabendo da amizade íntima que Deus quer ter conosco "desde o nascer ao pôr-do-sol".

Pedindo sempre a luz do Espírito Santo e vencendo toda e qualquer preguiça, busquemos ler com fé o Livro Sagrado. E a cada letra, a cada palavra, vamos perceber e ouvir a Voz de Deus que fala ao nosso coração. Nenhuma pessoa consegue sobreviver sem "arroz e feijão", ou seja, sem alimento. Da mesma forma que nenhum seguidor do Senhor consegue viver sem o Alimento da Palavra. Quanto mais intimidade tiver com ela, mais intimidade terá com o próprio Senhor. E aí veremos as graças acontecerem como verdadeiros rios de Água Viva, porque a Bíblia é o grande, único e verdadeiro Testamento de Amor.

É a certeza suprema que o próprio Deus, no seu infinito amor, entende dar ao homem de todos os tempos, fazendo do seu povo a sua testemunha. É esse grande mistério da Palavra como supremo dom de Deus que o Sínodo entende adorar, agradecer, meditar, anunciar à Igreja e a todos os povos.

O homem contemporâneo mostra de tantas maneiras que tem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Nota-se, hoje, entre os cristãos uma abertura apaixonada para a Palavra de Deus como fonte de vida e graça de encontro do homem com o Senhor.

Não surpreende, portanto, que a essa abertura do homem responda Deus invisível, que, “na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles, para os convidar e os receber em comunhão com Ele”. Esta generosa revelação de Deus é um contínuo acontecimento de graça.

Em tudo isto, vemos a ação do Espírito Santo, que através da Palavra quer renovar a vida e a missão da Igreja, chamando-a a uma constante conversão e enviando-a a anunciar o Evangelho a todos os homens, “para que todos tenham a vida e a tenham com abundância” (Jo 10,10).

A Palavra de Deus tem o seu centro na pessoa de Cristo Senhor. A Igreja fez, ao longo dos séculos, uma constante experiência e reflexão do mistério da Palavra. “Que pensais ser a Sagrada Escritura senão a Palavra de Deus? É verdade que são muitas as palavras escritas pela pena dos profetas, mas a totalidade da Escritura é um único Verbo de Deus. Este único Verbo, os fiéis conceberam-no como semente de Deus, seu legítimo esposo, e, gerando-o com boca fecunda, converteram-no em sinais, ou seja, em letras, para fazê-la chegar até nós”

Maria, modelo de acolhimento da Palavra para aquele que crê.

Nalgumas culturas, o homem contemporâneo sente-se artífice e, portanto, senhor da sua história, encontrando dificuldade em aceitar que alguém se insira no seu mundo sem dialogar com ele e sem lhe dar as razões da sua presença. Tal atitude pode verificar-se, também em relação a Deus, de uma maneira muitas vezes errada, mas sempre duvidosa. Deus, porém, não podendo calar a verdade da sua Palavra, assegura ao homem que se trata sempre de uma Palavra de amigo, para o seu bem e no respeito da sua liberdade, pedindo-lhe, ao mesmo tempo, uma escuta leal que o leve a meditar. De fato, a Palavra de Deus “tem de aparecer a todo o homem como abertura para os seus próprios problemas, como resposta às suas perguntas, um alargamento aos seus valores e simultaneamente uma satisfação das próprias aspirações”. Ainda à luz da Dei Verbum, é-nos dado saber que a sua Palavra, enquanto pronunciada por Deus, se precede toda a iniciativa e palavra humana, é para abrir ao homem impensáveis horizontes de verdade e de sentido, como atestam Gen 1; Jo 1,1ss; Heb 1,1; Rom 1,19-20; Gál 4,4; Col 1,15-17. Diz São Gregório Magno: “Quando a Escritura se abaixa para usar as nossas pobres palavras, é para que das coisas que nos parecem perto nos faça subir aos poucos, como que por degraus, até à sua sublimidade”.

Desde as origens, Deus quis “abrir o caminho da salvação sobrenatural”. À luz da Escritura, podemos compreender como a sua poderosa Palavra iniciou um diálogo vivo, por vezes dramático, mas por fim vitorioso, com a humanidade, já desde o seu início e, mais tarde, na história do seu povo Israel, chegando à Revelação suprema na história de Jesus Cristo, a sua Palavra eterna feita carne (cf. Jo 1,14). Canta Santo Efrém: “Contemplava eu então o Verbo Criador e comparava-o ao Rochedo que peregrinava com o povo no meio do deserto. Sem recolher nem acumular águas, esse derramava ele sobre o povo torrentes maravilhosas. Não havia nele nenhuma água, mas dele brotavam oceanos; assim, do nada, o Verbo criou as suas obras. Feliz de quem merecer herdar o teu Paraíso! Moisés, no seu Livro, descreve a criação de toda a Natureza, para que a Natureza e o Livro dêem testemunho do seu Criador; a Natureza mediante o uso, o Livro mediante a leitura. São estes os testemunhos que vêm de todo o lado. Encontram-se em todos os tempos, estão presentes em toda a hora, mostrando ao infiel como é ingrato com o Criador”.

Relevante é a incidência pastoral desta visão da Palavra de Deus. Esta entrelaça a sua história com a história humana, faz-se história humana, pelo que a nossa história de homens não é, portanto, composta exclusivamente de pensamentos, palavras e iniciativas humanas. A Palavra de Deus deixa traços vivos na natureza e na cultura, ilumina as ciências do homem para que assumam o seu justo valor, mas por estas ela também é ajudada a pôr em evidência a sua identidade e, ao mesmo tempo, a irradiar o original humanismo que lhe pertence.(...)

À Palavra de Deus corresponde a fé do homem. A fé manifesta-se na escuta.

Sagrada Escritura é Palavra de Deus enquanto consignada por escrito sob a inspiração do Espírito Santo”. É qualificada sobretudo com dois nomes: Escritura (sagrada) e Bíblia, títulos por si já significativos, como sendo o Texto e o Livro por excelência, com uma difusão que supera os confins da Igreja.
Jesus Cristo é a Palavra de Deus feita carne, a plenitude da Revelação.

Assim a Palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão” (Is 55,11).

A Igreja nasce e vive da Palavra de Deus.

A Igreja confessa que é continuamente chamada e gerada pela Palavra de Deus. Por isso, para poder proclamá-la com amor e vigor, se coloca primeiro e constantemente “em religiosa escuta” da mesma, deixa-se interpelar e ser interiormente tocada por ela acolhe-a com fé humilde e confiante, imitando Maria, que escuta e põe em prática a Palavra (cf. Lc 1,38), e que, por isso, o Senhor constitui modelo da Igreja.

Nesta perspectiva de adesão à Palavra, a comunidade cristã encontra a Sagrada Escritura. “Com efeito, nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos e conversa com eles”. A Escritura, portanto, encontra-se no coração e nas mãos da Igreja como a “Carta que Deus enviou aos homens”, o livro de vida, objeto de profunda veneração, analogamente ao próprio Corpo de Cristo. Nela, a Igreja descobre qual é o plano que Deus tem para ela, para o mundo dos homens e das coisas. Por isso, “considera-a, juntamente com a Sagrada Tradição, como a regra suprema da sua fé”, proclama-a com vigor e encontra-a como “alimento da alma e fonte de vida espiritual”.

A Palavra de Deus, confiada à Igreja, transmite-se a todas as gerações.

Da Igreja, o cristão recebe a Bíblia; com a Igreja, lê-a e partilha o seu espírito e objetivos, procurando, assim, a finalidade suprema de todo o encontro com a Palavra, como Jesus nos ensinou: o cumprimento da vontade de Deus com uma vida de fé, de esperança e caridade no seguimento do Mestre (cf. Lc 8,19-21).