“E o nome da virgem era Maria”
(Lc 1, 27)
(Lc 1, 27)
No hemisfério norte, maio situa-se em plena primavera, estação das flores, da beleza e da graça. No entanto, vale conhecer as origens desse mês para se compreender melhor a simbologia religiosa. A incursão pela mitologia ajudar-nos-á a reconhecer outras razões da consagração do mês de maio a Nossa Senhora. Segundo alguns pesquisadores, o calendário romano reformado por Júlio César em 45 A.C. (modificado posteriormente pelo Papa Gregório XIII, daí o nome de calendário gregoriano), dedicava o quinto mês do ano ao deus Apolo (irmão gêmeo de Ártemis), o qual recebeu de Hipérion o sol, a lua e a aurora. São famosos os versos de Byron que lhe são dedicados: deus da vida, da luz e da poesia, o sol em forma humana apresentado. A lenda conta ainda que Apolo matou uma grande serpente, chamada Píton, que atemorizava o povo. Consoante outros estudiosos, o mês de maio era dedicado à deusa Maia, mãe de Hermes, da qual se originaria a palavra maio. De acordo com relatos mitológicos, Maia era a deusa dos campos e das flores.
A Igreja, desde as suas origens, em sua sabedoria milenar, parte de símbolos e da cultura dos povos para revelar sua mensagem. Já o apóstolo Paulo, no Areópago de Atenas, referindo-se ao altar consagrado Ao deus desconhecido, assim se expressou: aquele a quem venerais sem conhecer, é esse que vos anuncio (At 17, 23). Maria é a rosa por excelência, a flor mais bela e mais pura. É a nova Eva, vencedora do pecado e do demônio simbolizados pela serpente. Convém lembrar que a iconografia católica representa a Virgem Maria (Nossa Senhora da Conceição) pisando a cabeça da serpente. Foi Ela quem gerou a luz, o dia, o sol da justiça, que é Cristo. Desta forma, o contexto e o pretexto lendário serviram para revelar virtudes de Nossa Senhora. Atribuiu-se, assim, novo sentido às comemorações de maio, que no catolicismo passa a ser dedicado à Mãe de Deus.
Mis uma vez vivemos o mês de maio. Que ele seja para nós um mês de muita alegria, pois celebramos com fé a Santíssima Virgem Maria em nossas comunidades paroquiais. Maria é, para nós, o Farol que ilumina nosso caminho até Jesus; ela é a Estrela da Nova Evangelização. Peçamos a Maria, nossa mãe e mestra, que nos ensine a crer e amar seu filho Jesus, nosso irmão, sempre mais.
“Sê devoto de Maria Santíssima e serás certamente feliz”
(Dom Bosco)
Já no início da Idade Média, durante o mês de maio, a Igreja começou a venerar Nossa Senhora e passou a homenagear Aquela que é estrela de nossas noites e travessias. E por que a Igreja dedicou à Virgem Mãe de Deus o quinto mês do ano? A Ladainha de Nossa Senhora contém várias invocações que ajudam a compreender esta devoção. Ali invocamos a Mãe de Cristo com alguns títulos importantes: Rosa Mística e Estrela Matutina. A estrela da manhã é o sol, o dia, a aurora. Do Céu, Maria é a luz que brilha e ilumina nossos caminhos. Nas horas do Ofício Divino, diversas vezes saudamos Maria como Aurora de nossas vidas.
“Quem é esta mulher, Maria de Nazaré, que viveu há dois mil anos numa aldeia desconhecida da Galiléia, que resiste ao esquecimento do tempo e à inexorável corrupção das coisas e da memória? A sua figura ficou impressa nos corações e na fantasia de gerações, a ponto de se transformar na personagem mais amada, mais invocada, ponto de encontro de tudo o que é belo, doce, amável, fonte inspiradora de todos os sentimentos que exaltam o espírito humano. Pintores e escultores, poetas e escritores de todos os séculos esmeraram-se por celebrá-la com obras que enchem pinacotecas, museus, bibliotecas e centros de cultura de todo o mundo.”
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