Pe. Paulo Renato F.G. de Campos
Grupo de Apoio ao GEN
“Eu acredito é na rapaziada
que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
que não tá na saudade e constrói a manhã desejada.”
Gonzaguinha, E vamos à luta.
Este é o trecho de uma música de Gonzaguinha, um dos grandes compositores que o Brasil guarda saudosamente no coração. Esse profeta-poeta sempre demonstrou através de suas obras a indignação e o entusiasmo na medida certa. Aqui ele credita a juventude uma confiança muito grande. Ele está certo! Se passarmos os olhos na história, mesmo que rapidamente, perceberemos que os grandes movimentos que causaram mudanças radicais, às vezes até no rumo da história, nasceram do meio juvenil. A juventude quando está apaixonada por uma causa ou um ideal chega a dar a vida por ela. A sociedade sabe que quando os jovens “compram uma briga” está para surgir um novo horizonte.
A Igreja sabe também que isso é verdade. O saudoso Papa João Paulo II, ainda escutando os ecos dos dois milhões de jovens que se reuniram em Roma para celebrar o Jubileu do Ano 2000, escrevia na Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte: “Se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os jovens reconhecem-no como resposta convincente e conseguem acolher a sua mensagem, mesmo se exigente e marcada pela cruz!”.
O Santo Padre o Papa Bento XVI, que em agosto de 2005 contagiou mais de um milhão de jovens do mundo inteiro em Colônia, Alemanha, (posso afirmar que contagiou, pois estava lá) (...) solicitou da organização de sua visita, que dentro de sua quase estafante agenda, marcasse um encontro especial com a Juventude. Falando recentemente ao clero de Roma, o Papa afirmou: “A juventude deve ser realmente uma prioridade do nosso trabalho pastoral”.
Dentro da sociedade e da Igreja estamos nós, o Movimento de Cursilhos de Cristandade. A juventude é prioridade para o movimento não é de hoje. Muitas vezes testemunhei em assembléias, encontros ou mesmo em conversas informais observações do tipo: “...devemos apoiar mais a juventude...”; “...o que será de nosso movimento se não forem os jovens?...”
Gostaria de aproveitar estas linhas para refletir o que significa PRIORIDADE.
Procurei no dicionário Houaiss o que significa a palavra prioridade. Encontrei o seguinte: é a
“condição do que é o primeiro em tempo, ordem e dignidade”.
Olhando as palavras mais de perto descobri na verdade o tamanho do que nos desafia. Quando falamos da condição da juventude como prioridade significa que ela não é a única necessidade que o movimento possui, mas que na ordem de todas as urgências, ela (a juventude) tem que vir em primeiro lugar. O primeiro lugar deve ser dado a ela (segundo a definição) em três níveis muito importantes: tempo, ordem e dignidade.
Primeira no tempo: Chegou a hora da juventude! É o Kaíros (tempo oportuno) da Juventude! Coloca-lá como primeira no tempo significa dizer que tudo que o movimento for planejar e executar deve ter presente que a juventude é uma realidade que exige urgência. Não podemos tomar a postura de saudosistas do passado, pois o tempo é agora, mas também não podemos deixar para depois, pois se é agora, não serve amanhã, é hoje! Dizer que juventude é prioridade é dar-lhe a condição de primeira no tempo da ação evangelizadora.
Primeira na ordem: As diversas necessidades do movimento têm sua importância. Não queremos de modo algum dizer que uma é mais importante que a outra, dizer que um campo de ação evangelizadora merece mais ardor que o outro, mas devemos encarar com realismo a opção que fazemos. Dizer que juventude é prioridade é dizer que na ordem de nossas ações ela deve estar em primeiro lugar. Nenhuma atividade deve ser planejada sem antes planejar as prioridades. Juventude é prioridade e merece sua primazia na ordem da ação evangelizadora.
Primeira em Dignidade: Uma realista e forte afirmação que deve ser bem entendida. Dizer que a primazia da dignidade está com a juventude não significa afirmar que as outras necessidades do movimento não são dignas. Dignidade segundo o dicionário que nos ajuda quer dizer: “qualidade moral que infunde respeito”. A juventude deve ser tratada com respeito! Deve ser valorizada e consultada em nossas decisões, deve perceber a sua importância como sujeito e objeto da evangelização, ou seja, a Igreja evangeliza o jovem através dos jovens.
Quanta responsabilidade quando nós do Movimento de Cursilhos de Cristandade, afirmamos: Juventude é Prioridade. (...) Vamos assumir a juventude afetiva e efetivamente em nosso movimento. Vamos fazer da juventude uma prioridade hoje, para que ela seja realidade sempre na vida do nosso movimento.
Vamos acreditar na força da rapaziada!
Artigo retirado do site: http://www.cursilho.org.br